sábado, 19 de abril de 2014

SEXTA-FEIRA SANTA

RECOLHIMENTO




A vida me obriga ao recolhimento
Algo me impulsiona para a melodia
Que se deve ouvir sozinha...
É hora de refletir,  fazer a contabilidade
Que nunca foi feita.

Sangro com todas as situações
Dói-me a alma e tudo acontece:
Reflexões convulsivas
Contrações uterinas, dores pós parto...

Como não sangrar neste estágio probatório?
Como não sofrer, diante de surpresas
Descoloridas da vida?...

Fortaleço o meu entardecer com orações
Tiro da minha vida todas as máculas
Os acúmulos que pesam na minha alma
E registro um futuro próximo
Cheio de lírios, avencas e miosótis.

Uma força inexplicável me ajuda
A consumar o que  não me é mais sustentável
E vou ao encontro daquilo que me reserva
As sentinelas, os pequenos avisos
Para que não mais se repita folhagens migratórias
Ausentes da sustentável clorofila.

Então, escuto no meu silêncio 
A música sublimada da paz
Minha alma fica pluma, leve de algodão
É a presença de Deus em  minha vida, amém!


(sagramor farias)

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